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15/4/2013

Analistas veem, em média, IPCA mais baixo em 2013, mostra Focus

Por Ana Conceição | Valor

SÃO PAULO - Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decide sobre a taxa básica de juros, analistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic em abril. De acordo com o boletim Focus do Banco Central, a mediana das apostas para o juro neste mês, apurada junto a cerca de cem instituições, se manteve em 7,25% ao ano.

Até o fim de 2013, contudo, a taxa deve subir a 8,5% ao ano, com elevação de 0,25 ponto percentual a partir de maio, de acordo com as apostas expressas no Focus. O juro se manteria neste nível até o fim de 2014. A próxima reunião do Copom começa amanhã e a decisão sai na quarta-feira.

A mediana para a Selic não se alterou apesar do alvoroço causado na sexta-feira, por declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do BC, Alexandre Tombini, que reforçaram no mercado a expectativa de elevação dos juros já em abril.

No Focus, a mediana dos analistas para o IPCA em 2013 caiu, pela segunda semana consecutiva, de 5,70% para 5,68%. Para 2014, a mediana seguiu em 5,70%. Na leitura em 12 meses, recuou de 5,42% para 5,43%.

Já as apostas para o IPCA em abril subiram um pouco, de 0,40% para 0,42%. Para maio, cederam de 0,33% para 0,32%.

Em palestra em São Paulo, Mantega afirmou que, para controlar a inflação “medidas necessárias serão tomadas, mesmo não populares, como elevação de juros”. Depois, falando a jornalistas, contemporizou. “Não sinalizei nada”, completando: “O BC pode elevar os juros, se achar conveniente”. No mesmo dia, logo depois das declarações do ministro da Fazenda, Tombini afirmou que “não há e não haverá tolerância com a inflação”.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o IPCA subiu menos em março que o esperado, com boa desaceleração em serviços, mas indicou que em 12 meses a inflação superou o teto da meta (6,50%) perseguida pelo BC ao bater em 6,59%.

Além disso, a desaceleração dos alimentos, principais atores da resistência do índice nos últimos meses, foi menor do que o esperado, respondendo por 60% da inflação geral.

A percepção de que o aumento de juros deve vir em algum momento também foi reforçada pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE. A inflação — desta vez, a de 0,60% em fevereiro — foi apontada ainda como o principal fator limitador do consumo naquele mês. As vendas no varejo restrito (que exclui automóveis e materiais de construção) caíram 0,4% ante janeiro, com ajuste. Quando considerados os dois segmentos, no varejo ampliado, a queda se acentuou para 0,7%. As vendas em hiper e supermercados tiveram a maior queda contra o mesmo mês do ano anterior desde novembro de 2003. Para o IBGE, a inflação freou a demanda, apesar do aumento da massa salarial.

(Ana Conceição | Valor)


Fonte: http://www.valor.com.br/brasil/3086486/analistas-veem-em-media-ipca-mais-baixo-em-2013-mostra-focus